Impacto da sustentabilidade na análise do ciclo de vida do etanol brasileiro frente mecanismos regulatórios internacionais

Authors

  • Isabela Ferreira Rosa UNICAMP
  • Ieda Kanashiro Makiya
  • Francisco Ignacio Giocondo Cesar
  • Leonardo Bergamin

DOI:

https://doi.org/10.14488/1676-1901.v17i2.2730

Keywords:

Gases de Efeito Estufa. Etanol. Regulamentações Internacionais. Cana-de-açúcar. Análise do Ciclo de Vida.

Abstract

Os biocombustíveis vêm ganhando mercado frente aos combustíveis fósseis devido à necessidade em minimizar a dependência destes últimos. A produção desses biocombustíveis concentra-se em três grandes polos mundiais: EUA, Brasil e União Europeia, que juntos representam aproximadamente 85% da produção mundial. Ações internacionais foram e estão sendo promovidas ao longo dos anos para aumentar a sustentabilidade dos biocombustíveis em várias etapas de sua cadeia produtiva. Por meio da Análise do Ciclo de Vida, o presente artigo avaliou as metodologias de cálculo das emissões de gases do efeito estufa das regulamentações internacionais e importantes players em termos de biocombustíveis, EUA e UE, RFS2 e EU-RED, respectivamente. A Diretiva Europeia apresenta uma metodologia própria de cálculo, enquanto que a Norte Americana conta majoritariamente com a metodologia GREET para cálculo. Assim, pôde-se observar que a Diretiva Europeia acaba excluindo algumas externalidades de sua análise, como as mudanças indiretas no uso da terra, e a utilização ou queima do biocombustível, acabando por não realizar a análise completa do ciclo de vida desses. Enfatizou-se como as duas metodologias analisam de maneiras tão distintas o etanol de cana-de-açúcar brasileiro. Assim, a importância dessa pesquisa vem ao encontro da necessidade de regulamentação de padrões internacionais de mesma referência na certificação do etanol como uma commodity global.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ANL. ARGONNE NATIONAL LABORATORY. Greenhouse Gases, Regulated Emissions and Energy Use in Transportation (GREET) Model 2016. Disponível em: <http://greet.es.anl.gov/>. Acesso em: 30 nov. 2016.

BARBOSA, M. Z. Biocombustíveis e Commodities Agrícolas. Análise e Indicadores do Agronegócio, n. Tabela 1, p. 9–12, 2014. Disponível em: <ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/AIA/AIA-30-2014.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2016.

BIOGRACE.The BioGrace GHG calculation tool: a recognised voluntary scheme. 2015. Disponível em: <http://BioGrace.net/home>. Acesso em: 15 jul. 2016.

CHERUBINI, F.; STRØMMAN, A. H.; ULGIATI, S. Influence of allocation methods on the environmental performance of biorefinery products – A case study. Resources, Conservation and Recycling, v. 55, n. 11, p. 1070–1077, 2011. https://doi.org/10.1016/j.resconrec.2011.06.001.

COMISSÃO MUNDIAL SOBRE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO. Our Common Future , Chapter 2 : Towards Sustainable Development. p. 1–20, 1987. Disponível em: <http://www.onu.org.br/rio20/documentos/>. Acesso em: 10 mar. 2016.

CURRAN, M. A. A Review of Life-Cycle Based Tools Used to Assess the Environmental Sustainability of Biofuels in the United States. n. October, p. 61, 2013.

DENVIR, B. Sustainability Criteria for Biofuels. n. December, 2014. Disponível em: <https://www.energy-community.org/portal/page/portal/ENC_HOME/DOCS/3606189/Annex_I_WS_Slides.pdf>. Acesso em: 13 mar. 2016.

DEPEC- DEPARTAMENTO DE PESQUISA E ESTUDOS ECONÔMICOS. Açúcar e etanol. 2015. Disponível em: <http://www.economiaemdia.com.br/EconomiaEmDia/pdf/infset_acucar_etanol.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016.

EMBRAPA- EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Quais são os países que mais emitem gases do efeito estufa ? Disponível em: <http://www.aquecimento.cnpm.embrapa.br/conteudo/historico_aq_paises.htm>. Acesso em: 10 mar. 2016.

ENMC. ENTIDADE NACIONAL PARA O MERCADO DE COMBUSTÍVEL. Sustentabilidade. Disponível em: <http://www.enmc.pt/pt-PT/atividades/biocombustiveis/entidade-coordenadora-do-cumprimento-dos-criterios-de-sustentabilidade--ecs-/sustentabilidade/>. Acesso em: 10 abr. 2016.

EPA- ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Lifecycle Analysis of Greenhouse Gas Emissions under the Renewable Fuel Standard. Disponível em: <https://www.epa.gov/renewable-fuel-standard-program/lifecycle-analysis-greenhouse-gas-emissions-under-renewable-fuel>. Acesso em: 15 mar. 2016.

EPA- UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Renewable Fuel Standard. 2014. Disponível em: <http://www.epa.gov/oms/fuels/renewablefuels/>. Acesso em: 15 mar. 2016.

EPA- UNITED STATES ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Renewable Fuel Standard Program (RFS2) Regulatory Impact Analysis Program. [S.l: s.n.], 2010. Disponível em: <https://www.epa.gov/sites/production/files/2015-08/documents/420r10006.pdf>. Acesso em: 14 mar. 2016.

EUROPEAN COMMISSION. DIRECTIVA 2009/28/CE. Official Journal of the European Union. [S.l: s.n.]. , 2009

EUROPEAN COMMISSION. Renewable energy directive. p. 5–6, 2015. Disponível em: <https://ec.europa.eu/energy/en/topics/renewable-energy>. Acesso em: 18 mar. 2016.

FEDERAL REGISTER. Regulation of fuels and fuel additives. United States: [s.n.]. Disponível em: <http://www.epa.gov/OMS/renewablefuels/rfs2_1-5.pdf>. Acesso em: 18 mar. 2016.

GRISOLI, R. Comparação das emissões de gases do efeito estufa no ciclo de vida do etanol de cana-de-açúcar no Brasil e os critérios da Diretiva Européia para Energias Renováveis. 2011. 112 f. Universidade de São Paulo, 2011. Disponível em: < http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/86/86131/tde-10082011-152907/pt-br.php>. Acesso em: 12 mar. 2016.

ICTSD- INTERNATIONAL CENTRE FOR TRADE AND SUSTAINABLE DEVELOPMENT. Sustainability Criteria in the EU Renewable Energy Directive: Consistent with WTO Rules ? [S.l: s.n.], 2010. Disponível em: <http://www.ictsd.org/downloads/2011/12/sustainability-criteria-in-the-eu-renewable-energy-directive-consistent-with-wto-rules.pdf>. Acesso em: 12 mar. 2016.

MARCAL, L. M. et al. Fundamentos da Análise do Ciclo de Vida. Enegep, 2013.

MARCONI, M. DE A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

NL AGENCY. Sustainability requirements for biofuels and biomass for energy in EU and US regulatory frameworks. [S.l: s.n.], 2011. Disponível em: <http://english.rvo.nl/sites/default/files/2013/12/Report EU and US biomass legislation - Partners for Innovation.pdf>. Acesso em: 10 mar. 2016.

NOVACANA. 2016. Cogeração: como funciona a produção de energia elétrica numa usina sucroalcooleira Disponível em: < https://www.novacana.com/usina/cogeracao-como-funciona-producao-energia-eletrica/>. Acesso em: 10 mar. 2016.

OECD/FAO. OECD-FAO Agricultural Outlook 2015. Paris: OECD Publishing, 2015. Disponível em: <http://www.oecd-ilibrary.org/agriculture-and-food/oecd-fao-agricultural-outlook-2015/biofuels_agr_outlook-2015-13-en>. Acesso em: 06 jun. 2016.

QUEIROZ, G. D. C.; GARCIA, E. E. C. Reciclagem de sacolas plásticas de polietileno em termos de inventário de ciclo de vida. Polímeros, v. 20, n. 5, p. 401–405, 2010. https://doi.org/10.1590/S0104-14282011005000003

REIN, P. W. Sustainable sugar production. 2012. Disponível em: <http://www.thermalenergysystems.com/bsst/papers/2012agm1.pdf>. Acesso em: 11 jul. 2016.

ROLLANO, C. R. L.; FONTES, C. H. O.; BARBOSA, A. S. Análise Da Evolução Do Desenvolvimento Sustentável Nas Indústrias Produtoras De Biocombustíveis No Brasil. 2015. http://dx.doi.org/10.14488/1676-1901.v15i2.1938

SCHNEPF, R.; YACOBUCCI, B. D. Renewable Fuel Standard ( RFS ): Overview and Issues. CRS Report for Congress. 2013. Disponível em: <http://fas.org/sgp/crs/misc/R40155.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2016.

UNICA. 60 países já adotaram mistura obrigatória de biocombustíveis aos combustíveis fósseis. p. 2–3, 2014. Disponível em: <http://www.unica.com.br/noticia/27251092920325965467/60-paises-ja-adotam-mistura-obrigatoria-de-biocombustiveis-aos-combustiveis-fosseis/>. Acesso em: 14 mar. 2016.

UNICA. EPA REAFFIRMS SUGARCANE BIOFUEL IS ADVANCED RENEWABLE FUEL WITH 61 % LESS EMISSIONS THAN GASOLINE. Disponível em: <http://www.unica.com.br/news/38990375920334398749/epa-reaffirms-sugarcane-biofuel-is-advanced-renewable-fuel-with-61-por-cento-less-emissions-than-gasoline/>. Acesso em: 13 mar. 2016.

UNICADATA. HISTÓRICO DE PRODUÇÃO DO ETANOL NO BRASIL. Disponível em: <http://www.unicadata.com.br/historico-de-producao-e-moagem.php?idMn=31&tipoHistorico=2&acao=visualizar&idTabela=1611&produto=etanol_total&safraIni=2000/2001&safraFim=2013/2014&estado=RS,SC,PR,SP,RJ,MG,ES,MS,MT,GO,DF,BA,SE,AL,PE,PB,RN,CE,PI,MA,TO,PA,AP,RO,>. Acesso em: 10 mar. 2016.

VON BLOTTNITZ, H.; CURRAN, M. A. A review of assessments conducted on bio-ethanol as a transportation fuel from a net energy, greenhouse gas, and environmental life cycle perspective. Journal of Cleaner Production, v. 15, n. 7, p. 607–619, 2007. Disponível em: < http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0959652606001016>. Acesso em: 23 jul. 2016.

WANG, M. et al. Well-to-wheels energy use and greenhouse gas emissions of ethanol from corn, sugarcane and cellulosic biomass for US use. Environmental research letters, v. 7, n. 4, p. 045905, 2012. Disponível em: <http://stacks.iop.org/1748-9326/7/i=4/a=045905?key=crossref.bc2d92022ddca565108ad62fb6e4201d>. Acesso em: 15 mar. 2016.

WBA. WORLD BIOENERGY ASSOCIATION. Biofuels for Transport. 2013. Disponível em: <http://www.worldbioenergy.org/sites/default/files/Biofuels_for_Transport_short_version_0.pdf>. Acesso em: 22 jul. 2015.

Published

2017-06-14

How to Cite

Rosa, I. F., Makiya, I. K., Cesar, F. I. G., & Bergamin, L. (2017). Impacto da sustentabilidade na análise do ciclo de vida do etanol brasileiro frente mecanismos regulatórios internacionais. Revista Produção Online, 17(2), 711–732. https://doi.org/10.14488/1676-1901.v17i2.2730

Issue

Section

Papers