Distúrbios osteomusculares autorreferidos entre os trabalhadores da limpeza urbana
DOI:
https://doi.org/10.14488/1676-1901.v17i1.2391Palavras-chave:
Limpeza Urbana. Transtornos Traumáticos Cumulativos. Prevalência.Resumo
Objetivou-se avaliar a prevalência autorreferida de distúrbios osteomusculares entre os trabalhadores da limpeza urbana. Foi realizado estudo descritivo, de prevalência com abordagem quantitativa, tendo sido realizado no município de Patos – PB com 38 agentes da limpeza urbana local (60,1% do universo de pesquisa). A coleta de dados foi realizada entre os meses de setembro a outubro a partir da aplicação de dois questionários. O primeiro contemplou variáveis sociais, demográficas, profissionais e clínicas dos pesquisados e o segundo foi o instrumento validado denominado de Questionário Nórdico de Sintomas Osteomusculares. Os dados foram analisados no Statistical Package for the Social Sciences, versão 21 e realizou-se estatística descritiva e inferencial (correlação não paramétrica Spearman e a correlação bisserial por ponto). Aceitou-se como estatisticamente significativo um p < 0,05. Constatou-se que a prevalência autorreferida de sintomas osteomusculares foi de 45,9% (n=18), haja vista tais trabalhadores relataram a presença de dor, formigamento e dormência no corpo nos últimos 12 meses, com maior acometimento na região lombar (10,5%). Também, 15,8% (n=6) relataram impedimento de realizar atividades normais nos últimos 12 meses em decorrência destes problemas, bem como consultaram profissional de saúde nos últimos 12 meses por problemas osteomusculares e tiveram algum problema osteomuscular nos últimos sete dias. Os achados indicaram significativa prevalência autorreferida de distúrbios osteomusculares entre os agentes da limpeza urbana. O quadro demanda intervenções no campo da promoção da saúde no trabalho.
Downloads
Referências
ALENCAR, M. C. B.; CAVALCANTI, T. A.; MONTREZOR, J. B. Condições de trabalho em uma cozinha industrial e distúrbios osteomusculares de trabalhadores. Cad. Ter. Ocup. UFSCar, São Carlos, v. 21, n. 1, p. 155-62, 2013.
ALMEIDA, M. C. V. et al. Prevalência de doenças musculoesqueléticas entre trabalhadores portuários avulsos. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 20, n. 2, p. 243-250, abr.2012. https://doi.org/10.1590/S0104-11692012000200005
ANTUNES, R.; PRAUN, L. A sociedade dos adoecimentos no trabalho. Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 123, p. 407-27, jul./set. 2015.
ASSUNÇÃO, A. Á.; VILELA, L. V. Lesões por esforços repetitivos: guia para profissionais de saúde. Piracicaba: CEREST, 2009.
BALLESTEROS, V. L.; ARANGO, Y. L. L.; URREGO, Y. M. C. Condiciones de salud y de trabajo informal en recuperadores ambientales del área rural de Medellín, Colombia. Revista de Saúde Pública, v. 46, n. 5, p. 866-74, 2012. https://doi.org/10.1590/S0034-89102012000500014
BAPTISTA, P. C. P.; MERIGHI, M. A. B.; SILVA, A. Angústia de mulheres trabalhadoras de enfermagem que adoecem por distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Revista Brasileira de Enfermagem. v. 64, n. 3, p. 438-44, 2011. https://doi.org/10.1590/S0034-71672011000300005
BARROS, E. N. C.; ALEXANDRE, N. M. C. Cross-Cultural Adaptation of the Nordic Musculokeletal Questionnaire. Int Nurs Rev., v. 50, n. 2, p. 101-08, 2003. https://doi.org/10.1046/j.1466-7657.2003.00188.x
BARROS, N. M. G. C.; HONÓRIO, L. C. Riscos de adoecimento no trabalho de médicos e enfermeiros em um hospital regional mato-grossense. REGE, São Paulo, v. 22, n. 1, p. 21-39, jan./mar. 2015. https://doi.org/10.5700/rege549
BASTOS, G. A. N.; HARZHEIM, E.; SOUSA, A. I. Prevalência e fatores associados à consulta médica entre adultos de uma comunidade de baixa renda do Sul do Brasil. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 23, n. 3, p. 409-20, set. 2014.
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução 466/12. Dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: CNS, 2013.
CARDOSO, R. K. et al. Osteomuscular disorders and associated factors among solid waste collectors of two middle-sized cities from the South of Brazil. Rev Dor, São Paulo, v. 15, n. 1, p. 13-6, 2014. https://doi.org/10.5935/1806-0013.20140004
CLOT, Y. Clínica do trabalho e clínica da atividade. In: BENDASSOLLI, P. F.; SOBOLL, L. A. (Orgs.). Clínicas do trabalho: novas perspectivas para compreensão do trabalho na atualidade. São Paulo: Atlas, 2011.
COENEN, P. et al. Cumulative Low Back Load at Work as a Risk Factor of Low Back Pain: A Prospective Cohort Study. J Occup Rehabil., v. 23, n. 1, p. 11-8, Mar. 2013. https://doi.org/10.1007/s10926-012-9375-z
CURCI, K. A. et al. Promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na Saúde Suplementar: um breve histórico. Mundo Saúde, v. 37, n. 2, p. 230-40, 2013.
DARTORA, J.; SANTOS, M. V. Cinesioterapia laboral preparatória para trabalhadores de limpeza e urbanização de uma empresa do Vale do Taquari/RS. Revista Destaques Acadêmicos, v. 6, n. 3, p. 1-10, 2014.
ENGLEHARDT, J. D.; FLEMING, L. E.; BEAN, J.A. Analytical predictive Bayesian assessment of occupational injury risk: municipal solid waste collectors. Risk Anal., v. 23, n. 5, p. 917-27, 2003. https://doi.org/10.1111/1539-6924.00369
FERNANDES, R. C. P Heavy physical work and low back pain: the reality in urban cleaning. Rev Bras Epidemiol., v. 17, n. 1, p. 17-30, 2014. https://doi.org/10.1590/1415-790X201400010003ENG
FORATTINI, C. D.; LUCENA, C. Adoecimento e sofrimento docente na perspectiva da precarização do trabalho. Laplage em Revista, Sorocaba, v. 01, n.2, , p.32-47, maio.- ago 2015.
GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia: adaptando o trabalho ao homem. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
HANSELL, A. et al. Occupational risk factors for chronic respiratory disease in a New Zealand population using lifetime occupational history. Journal Of Occupational And Environmental Medicine, Nova Zelândia, v. 56, n. 3, p.80-270, mar. 2014.
HARVEY, D. A condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 2013.
HARVIN, G. Review of Musculoskeletal Injuries and Prevention in the Endoscopy Practitioner. J Clin Gastroenterol., v. 48, n. 7, p. 590–4, Aug. 2014. https://doi.org/10.1097/MCG.0000000000000134
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios. Síntese de indicadores. 2012. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ trabalhoerendimento/pnad2012/ Acessado em 11 mai. 2016.
IIDA, I. Ergonomia: projeto e produção. São Paulo: Edgard Blücher, 2005.
KIERMAYER, C. et al. Musculoskeletal Load in and Highly Repetitive Actions of Animal Facility Washroom Employees. J Am Assoc Lab Anim Sci., v. 50, n. 5, p. 665–74, Sep. 2011.
KIM, T.; ROH, H. Analysis of Risk Factors for Work-related Musculoskeletal Disorders in Radiological Technologists. J Phys Ther Sci., v. 26, n. 9, p. 1423–8, Sep. 2014. https://doi.org/10.1589/jpts.26.1423
KOZAK, A. et al. Self-reported musculoskeletal disorders of the distal upper extremities and the neck in german veterinarians: a cross-sectional study. PLoS One, v. 9, n. 2, p. 89362, 2014. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0089362
KUIJER, P. P.; SLUITER, J. K.; FRINGS-DRESEN, M. H. Health and safety in waste collection: Towards evidence-based worker health surveillance. Am J Ind Med., v. 53, n. 10, p. 1040-1064, 2010. https://doi.org/10.1002/ajim.20870
KUORINKA, I. et al. Standardised Nordic questionnaires for the analysis of musculoskeletal symptoms. Applied Ergonomics, v. 18, n. 3, p. 233-37, 1987. https://doi.org/10.1016/0003-6870(87)90010-X
LAZZARI, M. A.; REIS, C. B. Os coletores de lixo urbano no município de Dourados (MS) e sua percepção sobre os riscos biológicos em seu processo de trabalho. Ciência e Saúde Coletiva, Mato Grosso do Sul, v. 16, n. 8, p. 3437-42, fev. 2011. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000900011
LEE, H. et al. Musicians' Medicine: Musculoskeletal Problems in String Players. Clin Orthop Surg., v. 5. n. 3, p. 155–160, Sep. 2013. https://doi.org/10.4055/cios.2013.5.3.155
LIMA, J. P. et al. Prevalência de distúrbios osteomioarticulares e algias em fisioterapeutas. Rev. Saúde Públ. Santa Cat., Florianópolis, v. 8, n. 3, p. 98-108, set./dez. 2015.
LOPES, F. T. et al. O Significado do Trabalho para os Garis: um estudo sobre representações sociais. Perspectivas em Políticas Públicas, v. 5, n. 10, p. 41-69, 2012.
LUNA, J. S.; SOUZA, O. F. Sintomas osteomusculares em taxistas de Rio Branco, Acre: prevalência e fatores associados. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 22, n. 4, p. 401-8, 2014.
LUZ, L. C. A. Segurança e saúde do trabalhador em serviços de limpeza urbana: estudo de casos. 2012. 501f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo. Campinas: [s.n.], 2012.
MAHMUD, N. et al. Ergonomic Training Reduces Musculoskeletal Disorders among Office Workers: Results from the 6-Month Follow-Up. Malays J Med Sci.. v. 18, n. 2, p. 16-26, Apr-Jun. 2011.
MANGO, M. S. M. et al. Análise dos sintomas osteomusculares de professores do ensino fundamental em Matinhos (PR). Fisioter Mov., v. 25, n. 4, p. 785-9, out/dez. 2012. https://doi.org/10.1590/S0103-51502012000400011
MARQUESI, C.; ROVIDA, T. A. S.; GARBIN, A. J. I. Prevalência de distúrbio osteomusculares e qualidade de vida em Cirurgiões Dentistas. Arch Health Invest, v. 2, n. esp., p. 1, 2013.
MEDERIROS, I. L. et al. Avaliação de equipamentos de proteção individual: um estudo sobre os coletores de lixo domiciliar. Design & Tecnologia, v. 8, p. 23-30, 2014.
MEHRDAD, R. et al. Musculoskletal disorders among solid waste workers. Acta Medica Iranica, v. 3, n. 46, p. 1, 2008.
MORAES, P. W. T.; BASTOS, A. V. B. As LER/DORT e os fatores psicossociaisi. Arquivos Brasileiros de Psicologia, Rio de Janeiro, v. 65, n. 1, p. 2-20, 2013.
MOURA, A. A. G.; CARVALHO, E. F.; SILVA, N. J. C. Repercussão das doenças crônicas não-transmissíveis na concessão de benefícios pela previdência social. Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n. 6, p. 1661-72, dez. 2007.
NASCIMENTO, J. C. et al. Condições de saúde e trabalho dos profissionais garis em Lagarto – SE. Interface (Botucatu) [online], supl. 3, p. 1, 2014.
NAVA, C. S. A ocorrência de sintomas osteomusculares em coletores de lixo e varredores de rua de um município da região metropolitana de Campinas. 2012. 92f. Dissertação (Mestrado em Saúde Coletiva) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas. Campinas: [s.n.], 2012.
OGLE, C. M.; RUBIN, D. C.; SIEGLER, I. C. Cumulative exposure to traumatic events in older adults. Aging Ment Health, v. 18, n. 3, p. 316-25, Apr. 2014. https://doi.org/10.1080/13607863.2013.832730
OLIVEIRA, A. O.; SOUZA, S. T. M. Lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares relacionados a atividade bancária. Sistemas & Gestão, v. 10, p 124-32, 2015. https://doi.org/10.7177/sg.2015.v10.n1.a10
OLIVEIRA, A. S. S.; SILVA, E. M. Insegurança: os EPI´s e a realidade do trabalhador parintinense. RELEM – Revista Eletrônica Mutações, v. 1, n. 1, p. 176-8, jan./jul. 2015.
OLIVEIRA, M. M. et al. Problema crônico de coluna e diagnóstico de distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) autorreferidos no Brasil: Pesquisa Nacional de Saúde, 2013. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, v. 24, n. 2, jun. 2015.
PEREIRA, A. L. P. Prevalência de distúrbios musculoesqueléticos em membros superiores e fatores associados em trabalhadores de limpeza urbana de Salvador, Bahia. 2011. 85f. Dissertação (Mestrado em Saúde, Ambiente e Trabalho) - Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Medicina da Bahia. Salvador: [s.n.], 2011.
PINHO, L. M.; NEVES, E. B. Acidentes de trabalho em uma empresa de coleta de lixo urbano. Cad. Saúde Colet., Rio de Janeiro, v. 18, n. 2, p. 243-51, 2010.
PORTA, D. et al. Systematic review of epidemiological studies on health effects associated with management of solid waste. Environ Health, v. 23, n. 8, p. 60, 2009. https://doi.org/10.1186/1476-069X-8-60
PURIENE, A. et al. Self-reported occupational health issues among Lithuanian dentists. Ind Health, v. 46, n. 4, p. 369-374, 2008. https://doi.org/10.2486/indhealth.46.369
ROCHA, S. R. A.; MENDES, A. M.; MORRONE, C. F. Sofrimento, distúrbios osteomusculares e depressão no contexto de trabalho: uma abordagem psicodinâmica. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 379-94, 2012.
ROSA FILHO, L. A.; FASSA, A. G.; PANIZ, V. M. V. Fatores associados à continuidade interpessoal na atenção à saúde: estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 24, n. 4, p. 915-25, abr. 2008.
SANTOS, M. C. O. et al. Desregulamentação do trabalho e desregulação da atividade: o caso da terceirização da limpeza urbana e o trabalho dos garis. Produção, v. 19, n. 1, p. 202-13, 2009. https://doi.org/10.1590/S0103-65132009000100013
SELIGMAN-SILVA, E. Trabalho e Desgaste Mental: o direito de ser dono de si mesmo. São Paulo. Cortez. 2011.
SILVA, B. A. M. et al. Distúrbios osteomusculares autorreferidos em funcionários de supermercado. Rev Bras Promoç Saúde, Fortaleza, v. 27, n. 1, p. 13-20, jan./mar., 2014.
SOUSA, M. N. A. et al. Musculoskeletal disorders in informal mining workers. International Archives of Medicine, v. 8, n. 183, p. 1-8, 2015.
SOUSA, V. L. et al. Estresse ocupacional e qualidade de vida de profissionais da limpeza urbana. Rev. Saúde Públ. Santa Cat., v. 8, n. 2, p. 8-20, 2015.
SOUZA, K. V. L.; GOMES NETO, M. Análise da qualidade de vida e distúrbios osteomusculares dos funcionários administrativos de um órgão público. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v. 5, n. 3, p. 218-29, dez. 2015. https://doi.org/10.17267/2238-2704rpf.v5i3.703
SPREEUWERS, D. et al. Work-related upper extremity disorders: one-year follow-up in an occupational diseases registry. Int Arch Occup Environ Health, v. 84, n. 7, p. 789-96, Oct. 2011. https://doi.org/10.1007/s00420-011-0611-1
VASCÃO, A. M. et al. Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) nos trabalhadores de enfermagem: revisão de literatura. Revista saúde, v. 8, n. 3-4, P. 63, 2014.
VELLOSO, M. P.; GUIMARAES, M. B. L. A imagem na pesquisa qualitativa em saúde. Ciênc. saúde coletiva, v. 18, n. 1, p. 245-252, 2013.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A Revista se reserva no direito de efetuar, no artigo publicado, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
A obra publicada é de inteira responsabilidade do(s) autor(es), cabendo à Revista Produção Online apenas a avaliação da obra, na qualidade de veículo de publicação científica. A Revista Produção Online não se responsabiliza por eventuais violações à Lei nº 9.610/1998, Lei de Direito Autoral.
A revista Produção Online permite que o autor detenha o copyright dos artigos aceitos para publicação, sem restrições.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.